Boas histórias sobre o novo rock baiano


Na minha terceira temporada em São Paulo – morei lá em 1990, 2001 e 2005 –, conheci uma banda ótima– da Bahia. Eram três amigos de infância, cujos nomes batizavam o CD recém-lançado: Zeca, Cury, Damm. Eles foram protagonistas de uma das noites mais agradáveis que tive em terras paulistanas. E na minha casa.

Estava eu quieta na redação da Capricho, quando o Cury e o Damm passaram em direção à Bravo para deixar o CD com o editor da revista. Na volta, deram um alô para a Marina Bessa, minha editora e também amiga de infância do baterista, que deixou com a gente um CD e um chopinho marcado para aquela mesma noite.

Fomos para um bar perto da Paulista e passamos o tempo falando sobre música, a Bahia, o Rio, São Paulo.....e sobre a minha vontade de produzir shows.

Não deu outra. No dia seguinte, lá estavam os três, violão e percussão debaixo do braço, e mais meia dúzia de convidados no cafofo da Rua Harmonia para ouvir o som dos “meninos da Bahia”. Ninguém parou de cantar um segundo. Isso foi em uma quarta-feira despretenciosa, e lá pelas duas da manhã, fomos obrigados a parar o som por exigência dos vizinhos.

Depois desse dia, quem estava lá em casa gravou o CD dos meninos e distribuiu para os amigos e para os amigos dos amigos e quando eu me dei conta, eles já tinham uma legião de fãs ali entre a galera. E eu me empolguei ainda mais para produzir um show dos caras. Fiz contato com o Studio SP e com o Grazie a Dio, troquei uns e-mails com o produtor do Cinemathéque, no Rio. O problema é que era caro trazer todo mundo lá da Bahia e as negociações acabaram esfriado.

Mas a banda logo começou a se profissionalizar, os caras contrataram um empresário, voltamos a conversar e eu voltei a me empolgar com a idéia de produzi-los no Rio e em SP.

Acontece que pouco tempo depois, os inseparáveis amigos de infância brigaram e a banda acabou. Eu e toda aquela galera que estava lá em casa naquela noite ficamos super tristes com a notícia. Zeca, Cury e Damm agora só em CD. Shows nunca mais.

Mas a boa notícia é que o Cury canalizou todo o talento dele nesses últimos dois anos para escrever um livro onde conta as histórias dessa e de outras bandas da cena independente da Bahia com as quais ele tocou.

Para Colorir será lançado amanhã, lá em Salvador. Estou curiosíssima para ler. Se quiserem um aperitivo, dêem uma espiada em http://www.ricardocury.blogspot.com/. É massa, garanto.

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