Eu quero botar meu bloco na rua!

Em 8 anos de batucada, o Monobloco conquistou uma legião de fãs e alguns militantes do contra. Normal. O sucesso sempre vem acompanhado de críticas positivas ou não. Posso fazer agora uma lista com vários argumentos do bem.

O repertório é maravilhoso: eles tocam de Pixinguinha a Jorge Benjor, De Alceu Valença a Paralamas, de MC Leonardo a João Roberto Kelly.

A batucada é nota 10: marca maior do grupo, os 150 batuqueiros dão o tom dos shows na Fundição e do desfile por Copacabana. Estudantes, jornalistas, médicos, vagabundos, arquitetos, mulheres, homens, jovens e cinqüentões, eles conseguem fazer a harmonia perfeita entre as marchinhas, o frevo, a ciranda e até o funk com o samba.

Os músicos são super talentosos: Nunca tinha visto um solo de repique. Vi o CA Ferrari tocando e fiquei impressionada. É de arrepiar. Além dos 5 idealizadores do grupo (CA, Mario Moura, Sidon Silva, Celso Alvim e Pedro Luís), outros nomes da cena carioca dividem o palco: Mestre Maurão e Juninho da Mangueira, os baixistas Igor Araújo e Alexandre Momo, Leo Saad, e por aí vai. Com tanta fera no comando, difícil desafinar.

O grupo é uma grande família: A esposa de um filma os shows enquanto a outra dança sobre uma pena-de-pau. A namorada de um toca tamborim enquanto outras duas vão de porta-estandarte. Tem ainda a Roberta Sá, que sempre dá canja ao lado do Pedro Luís. E as crianças foférrimas, que já ensaiam as primeiras batucadas.

Os caras são super gente boa: Apesar do enorme sucesso e da multidão de fãs mundo afora, eles mantêm os pés no chão. E pra mim, isso faz a maior diferença.

Apesar de tudo isso, há uns chatinhos do contra. Eles argumentam que:

O Monobloco ficou chato porque virou pop – Eles sentem falta da época em que a banda tocava para meia dúzia de amigos no Clube Condomínio, no Horto. São do tipo que não gostam de filmes com recordes de bilheteria. Como assim? O que é bom é para poucos? Acho um saco gente que pensa assim. Até porque, o repertório segue a mesma linha do início. O que mudou foi o número de admiradores.

Tem muita molecada no desfile – Vale o argumento aí de cima. Os caras são bons mesmo. E até minha avó gosta.

A batucada rápida demais estraga a malemolência das músicas – Esse argumento aí é novo, ouvi de um amigo que adoro, mas é cricri. Como assim, Leozinho? Com 150 batuqueiros tocando juntos, impossível pegar leve. Mais impossível ainda ficar parado durante o show. Até você se rendeu ao hully-gully da Mulata Bossa Nova.

Os shows e o desfile são muito cheios – Isso é chato mesmo, mas fazer o quê? Eu sei. Começar a fazer as aulas de percussão na sala Baden Powell, virar batuqueiro, e ajudar a botar o bloco na rua no Carnaval que vem.

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